terça-feira, 18 de agosto de 2009

Importancia de Brincar


Antigamente, as crianças podiam sair às suas empinar pipas, correr, jogar bola, brincar em grupos, estavam fazendo muito mais do que brincar: estavam aprendendo conceitos essenciais para a vida em sociedade. Conceitos como esperar, compartilhar ideias, aceitar o ponto de vista do outro, ser contrariadas, esperar sua vez, dar a volta por cima, tudo isso é tão importante que repercutirá em suas relações pessoais seja em casa no trabalho em situações que ela venha vivenciar na vida adulta.
Mas o que fazer hoje para que as crianças consigam vivenciar tais experiências sem deixar de lado a segurança e as limitações que a cidade grande nos impõe?
Recai sobre a família e principalmente sobre a escola a responsabilidade de criar espaço e situações onde as crianças possam vivenciar diferentes experiências.
Por meio de atividades e brincadeiras feitas em casa e na escola é possível criar momentos agradáveis de brincadeira e desenvolvimento motor, emocional e criativo.
A psicomotricidade estuda a relação entre a psique humana e sua relação com os movimentos motores. O desenvolvimento psicomotor é fundamental nos primeiros anos de vida, uma vez que o desenvolvimento psíquico da criança se dá por meio de seus movimentos e experiências com o mundo que a cerca, bem como a forma como a criança se relaciona com seu mundo, assim, partindo do seu corpo e das suas experiências, vão construindo o seu pensamento.
Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. [...] É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
Entre a escola e os pais devem existir redes de comunicação que lhes permitam trocar opiniões sobre as distintas formas que as crianças têm de, dependendo da sua idade, explorar o seu corpo, os objetos e o espaço.
O educador pode propor para casa jogos adequados ao momento evolutivo da criança. Não se trata de um programa de estimulação precoce, mas antes de brincar e desfrutar juntos, tendo em conta nunca forçar posturas ou movimentos.
Em casa, devemos criar um ambiente estimulante à volta da criança que lhe permita manipular materiais variados (água, barro, pintura) e facilitar-lhe a brincadeira ao ar livre para que desenvolva movimentos globais, assim como brincadeiras que potenciem a sua atividade manual.
Mediante jogos e brincadeiras, possibilita-se às crianças fazer deslocações autônomas, realizar mudanças de postura coordenadas (estar sentado a pôr-se de pé não é tão fácil como parece), adquirir controle sobre os impulsos (não é o mesmo parar e encontrar um obstáculo e ter que se deter), aumentar o equilíbrio, etc.
Construção do esquema corporal
O esquema corporal é uma representação mental do próprio corpo, das suas partes e dos seus limites.
As crianças não nascem com o seu esquema corporal construído (ao princípio, não se diferenciam do corpo da sua mãe), mas vão elaborando a partir das suas experiências motoras e sensitivas, é um processo. O contato físico, os espelhos e as massagens ajudarão em relação à lateralidade, ao tônus muscular e à coordenação corporal.
Na educação infantil, os educadores devem estimular (sem forçar, nem contrariar) as duas mãos da criança (e as duas metades do corpo) para que seja ela a escolher a sua mão preferencial.
No início, as suas mãos são torpes e descoordenadas, mas, pouco a pouco, a sua preensão sobre os objetos será mais fina, adquirirá destreza com a pinça digital (polegar e indicador) e poderão apanhar pequenos objetos. As brincadeiras com as mãos e dedos vão preparando a criança para uma grande aprendizagem: a escrita, que exige precisão de movimentos, coordenação olho-mão e uma preensão adequada.
Todos os educadores devem estar preparados para trabalhar com psicomotricidade, preparando para as crianças um local amplo com diversos materiais para que elas possam manusear, experimentar e criar suas próprias brincadeiras e regras.
Materiais para o desenvolvimento psicomotor
Até aos 3 anos: torres de argolas, cubos empilháveis, jogos de abrir e fechar, de enfiar e tirar; caixas com formas geométricas, jogos de enroscar, construções, espelhos, escorregas, balanços, bolas de diferentes tamanhos e texturas; argolas, cordas e ladrilhos de plástico ou madeira; centros de atividade, almofadas, telas, etc.
Dos 3 aos 6 anos: instrumentos de ritmo, teatros de marionetes e fantoches, mosaicos, construções, bolas, arcos, cordas, discos para lançar, pintura de dedos, lápis de cor e de cera, impressões digitais com mãos e pés, tapetes túneis para gatinhar, livros e jogos para aprender a escrever, quadros para desenhar, boliches, cestos…

Objetivos

Construção do esquema corporal, lateralidade, habilidades manipulativas, tônus muscular, coordenação corporal.
Elaborado em 26 de julho de 2009,
por Flávia Guimarães Rubin Carvalho, psicóloga

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